oi, germiner!
já passamos da metade de janeiro, e tem muita gente cheia de projeto estacionado. mas, afinal, por que esperamos tanto pra tirar nossas ideias do papel? como criar coragem e ânimo para começar algo novo? bora desenrolar esse fio?
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certa vez, o professor e fotógrafo estadunidense jerry uelsmann dividiu seus alunos em dois grupos:
para um, pediu que cada pessoa fizesse uma foto perfeita até o fim do semestre.
para o outro, solicitou a maior quantidade de imagens possíveis no mesmo período.
no fim das contas, o grupo que passou mais tempo se preocupando em atingir a perfeição entregou fotos medianas. já o pessoal que botou a mão na massa desde o início conseguiu aprender com a experiência, e obteve muitos trabalhos acima da média, mostrando que esperar um momento ideal para começar alguma coisa é ineficiente.
o resultado desse experimento vai ao encontro do que ben meer chamou de regra 70-20-10. para ele, 70% dos nossos trabalhos serão medíocres, 20% serão péssimos, mas 10% serão incríveis, e, portanto, o segredo do sucesso não está em buscar o perfeito, mas em botar seu projetinho pra jogo e fazer tentativas.
o que a torta porta na cara ensina
a gente escuta dezenas de histórias de gente famosa que levou porta na cara, mas bateu em outras, foi aceita, e virou case de sucesso. certamente, a decisão de persistir as ajudou a vingar, mas o tente outra vez foi só uma parte do livro.
é que usar os nãos pra observar o que precisa de ajuste é fundamental a qualquer avanço. é necessário ter autocrítica e fluidez para não se prender a uma eterna batalha imaginária entre o eu-genial e o mundo-que-não-aceita-minha-ideia-linda.
michael jackson, por exemplo, passou por 800 músicas até escolher as nove que entraram em thriller, conta o empresário quincy jones, que produziu o renomado álbum.
obviamente, você não precisa se quebrar desse jeito, mas não deve ter medo de falhar nem de admitir suas falhas. e é aí onde mora um grande fantasma da contemporaneidade: no receio de descobrir que nem você nem sua ideia são tão perfeitos como gostaria, você acaba se paralisando.
esta animação da ted mostra como a demora em iniciar uma atividade ou projeto pode ser uma defesa da nossa cabeça para evitar frustrações, porque no fundo sabemos que elas virão em alguma etapa do processo.
mas, afinal, por que temos tanto pavor à falha, se ela é normal e necessária? a psicanalista maria homem tem um palpite. veja o mundo ao seu redor e os conteúdos que consome desde a infância. tudo aponta pra ideia de que existem criaturas poderosas, infalíveis e heroicas. o problema é que a gente começa a entrar nessa matrix, se esforçando para caber num ideal inalcançável.
com isso, nosso nível de autocrítica se eleva tanto que o medo de ser mediano nos impede de correr atrás da nossa versão extraordinária (com todos os desafios humanos que essa jornada traz).
o resultado é um monte de sonho parado em nossos corações ansiosos. mas como é que a gente bota nossos carrinhos pra rodar em meio a tanta pressão?
ergue essa cabeça
não tem receita pronta, mas é bom começar se conhecendo, e se aceitando, sem se comparar.
é bonito ouvir casos de pessoas que chegaram longe em seus projetos. mas por mais gente como a gente que essa galera seja, ninguém ali é você, nem você é ninguém ali. cada história é única.
aproveito ainda para puxar um fio sobre julgamento: evite medir os erros dos outros, até para se permitir errar. quando deixar de acreditar que existem super heróis ou pessoas predestinadas a vencer, terá mais coragem para começar o que quer que seja, e se aprimorar quando um processo não der boa.
não deixe o sonho morrer, não deixe o sonho acabar
pare de achar que precisa saber ou ter tudo antes de sair do mental. até porque esse tudo vai ser uma coisa bem abstrata enquanto sua ideia estiver na nuvem.
só vai, que a vida vai se encarregando do resto. meça suas possibilidades e adapte sua proposta com base no possível. comece pequeno, mas comece.
exemplo: quero me exercitar. se não tenho dinheiro para academia, começo a correr na rua. se não tenho tempo para correr todos os dias, começo uma vez por semana, e por aí vai.
outro ponto importante é botar seu plano na rotina. todo grande projeto é feito de tarefinhas que você cumpre em silêncio. não tem ninguém por perto pra te dar biscoito, nem te dizer o que fazer, mas persista.
as atividades pequenas são as que a gente mais vai querer procrastinar, porque além de não terem glamour, costumam ser monótonas.
e se eu digo a gente é porque a procrastinação não é um problema de meia dúzia de desesperados, é extremamente comum. para se ter uma ideia, a plataforma sem rush, que monitora o que as pessoas mais pesquisam na internet, estima que o tema tenha mais de 100 mil buscas mensais. então, assim: ninguém solta a mão de ninguém, combinado?
por fim, é bom lembrar que toda ideia começa do zero, e, por mais esforço que você faça, o caminho das pedras entre o zero e o cem virá a conta gotas.
só tente não parar no três, nem no dez, nem no cinquenta, nem no oitenta, nem no cem, opa, pera, chegou. quando você se dá conta, já está acontecendo.
vai fundo
antonio machado feat. joão manuel serrat
uma verdade bonita e custosa é que não há caminho pronto pra ninguém, é a gente que faz nosso corre. há quase 100 anos, o modernista espanhol antônio machado lançou essa braba num poema, que também foi cantado por joão manuel serrat.
BBC
o capitalismo nos disse que existem pessoas especiais, e expectativas foram criadas. realidade: um monte de gente insegura, estressada, correndo atrás de padrões impossíveis e chorando no travesseiro.
mas você pode dizer não a esse joguinho. esta matéria da bbc mostra as vantagens de aceitar ser mediano, e fazer coisas importantes para si a partir do que você é. e aí, você quer ser feliz ou dar razão pro capital?
nexo feat. põe na estante
se seu projeto de início de ano é virar cult, toma aqui o podcast como começar, do nexo. cada episódio faz um apanhado geral de um tema ou personalidade que precisa entrar no seu repertório, como cinema sul-coreano e maria bethânia. outra mão na roda pro seu projeto cultura 2024 é o podcast põe na estante, que traz dicas de livros de forma leve e didática.
clickbait do bem
drauzio varella se irrita com pacientes que não praticam atividade física: “o problema é seu!”
em vídeo do youtube, médico reforça a importância de começar a se movimentar.
aproveita essa tour para pensar: apenas comece.
até semana que vem!
beijo beijo!
Que delícia esta news, feliz por ter vindo parar aqui. Completamente apaixonada por essas ilustrações!
adoro quando leio algo que dialoga com o que estou vivenciando no momento. texto incrível!